1. |
Epístola
03:14
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está quente demais pro inverno
e as árvores não fazem sombra
os sinos não tocam, não soam
não sei de você
inocência enche meus olhos de calor
no retrato que fiz de nós
nossos cabelos se amalgamam
a imagem toma vida
eu cortei nossos cachos
violência enche meus olhos de calor
complacência enche meus olhos de furor
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2. |
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meus olhos
me lembram
que olhos de criança não ardem jamais
e o brilho amarelo estafado do pôr do sol
e a terra molhada que eu nunca pisei
seu grito sem voz ecoa por aqui
o silêncio covarde de quem tem pra onde ir
a dor que você atura
que você conhece, que você enfrenta
mas nunca se cura
você teve tempo para pensar
você teve tempo para descobrir que
ao validar mentiras
o pecado é seu também
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3. |
Falésia / Ruptura
04:25
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como um velho amigo
num dia ruim
o sol lembrou de mim
mal acabo de me encontrar
você me faz sentir
ainda perdido
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4. |
Bruna (Valsa nº 2)
08:50
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naquela manhã em que éramos hemisférios
eu pedi perdão ao sol pelos meus sacrilégios
extático, meu coração
anseia sua aparição
arrie meus escombros
se eu sou náufrago, você é ilha
é mãe e filha
beleza bruta
o sol desfruta
eu sou a lua
quantas noites eu envelheci
naquela manhã outonal?
naquela tarde eu nasci
(naquela noite eu dormi mal)
um denso frescor enche o pulmão
de lembrar teus breves repousos
nos teus braços, nos meus ombros
(e nunca me faltou perdão)
aquece meu peito num final
de novembro, num prazer dominical!
no entardecer do meu amor
esperando o céu se fechar
esperando o sol se deitar
e a noite acabar
e o tempo parar
até quando quiser
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